10 Coisas para Fazer em Alfama

Deixe-se cativar pelos recantos e recantos do bairro mais antigo da cidade.

Matteo Gramegna

Matteo Gramegna

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10 Coisas para Fazer em Alfama

Vista de Alfama, Lisboa | ©Filiz Elaerts

Ruas íngremes, mirantes, casas de cor pastel, bondes e as melodias do fado: Alfama é Lisboa em miniatura e explorá-la significa entrar numa área muito autêntica. Continue lendo para saber o que ver e fazer nesta área da capital portuguesa.

Escolha uma visita guiada

Cruzeiro no Rio Tejo| ©wolli s
Cruzeiro no Rio Tejo| ©wolli s

Uma boa maneira de conhecer Alfama é através de uma visita guiada. Você vai descobrir o bairro mais antigo da capital portuguesa com um guia experiente que o levará aos principais pontos turísticos da região. Estes city tours de Lisboa duram geralmente entre duas e três horas e tocam os pontos de referência do bairro: a Catedral, os mirantes e o Castelo de São Jorge. Os passeios podem ser realizados em inglês e estão disponíveis pela manhã e pela tarde. Eles geralmente partem de um local no distrito ou da Praça do Comércio central na Baixa. Quanto ao preço, normalmente é em torno de 15 euros.

Se você tiver pouco tempo, esta é a melhor opção. Os guias conhecem os atalhos e as atrações históricas mais interessantes.

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Subir a Fortaleza de Alfama

Castelo de São Jorge| ©Heribert Bechen
Castelo de São Jorge| ©Heribert Bechen

O Castelo de São Jorge tem vista para a capital do topo de uma colina. Sua fundação data do século VIII, quando os muçulmanos controlavam grande parte de Portugal. Nessa época, Lisboa era conhecida como al-Ushbuna e era um importante centro administrativo e comercial. Infelizmente, entre os séculos XVI e XVIII caiu em declínio devido aos numerosos terremotos que atingiram o país.

A reestruturação realizada entre 1938 e 1944 e nos anos 90 restaurou o castelo a alguma de sua antiga glória. Hoje, é um dos monumentos mais visitados da cidade e sua principal atração é a incomparável vista sobre Lisboa e o rio Tejo. Tire algumas fotos e continue sua caminhada até o Castillejo (antiga cidadela muçulmana), a Torre do Homenage (Torre de Menagem, a maior e onde o padrão real foi elevado) e a câmara obscura, um sistema de lentes e espelhos que permite ver a cidade a 360º e em tempo real.

Como está localizada no topo de uma colina, você terá que subir a Rua de Santa Cruz do Castelo, uma rua que leva até uma entrada para a fortaleza.

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Entre em uma antiga igreja virada para o Mausoleum

O Panteão Nacional de Lisboa| ©Deensel
O Panteão Nacional de Lisboa| ©Deensel

A silhueta branca do Panteão Nacional de Lisboa se sobressai dos telhados de Alfama. Do exterior, a entrada monumental e a grande cúpula fazem lembrar uma igreja e, de fato, este foi seu uso original. No final do século XVII, a Infanta Maria de Portugal ordenou a construção de um templo para abrigar as relíquias de Santa Engracia, mas, menos de um século depois, uma tempestade elétrica a destruiu. No século XIX, a Revolução Liberal trouxe consigo a República, que indicou este lugar como o mais adequado para abrigar as tumbas de ilustres portugueses.

É o lar de personalidades como Pedro Álvares Cabral, a dama do fado Amália Rodrigues e Eusébio, a lenda do futebol português. Outra atração do Panteão Nacional é seu grande terraço panorâmico com vista para o bairro de Alfama. O monumento está aberto de terça-feira a domingo (das 10:00 às 18:00 no verão e das 10:00 às 17:00 no inverno) e a entrada custa em torno de 4 euros.

Se você gosta de arquitetura religiosa, a cinco minutos a pé do Panteão está a Igreja e o Mosteiro de San Vicente de Fora. A igreja foi renovada no século XVI de acordo com o projeto do arquiteto italiano Filippo Terzi.

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Visite a Casa dos Bicos e mergulhe nas obras de Saramago

Casa dos Bicos| ©Jake Setlak
Casa dos Bicos| ©Jake Setlak

A Casa dos Bicos foi construída em 1523 por Brás de Albuquerque, o filho do vice-rei indiano Afonso de Albuquerque. O fidalgo português viajou para a Itália e ficou impressionado com a arquitetura da Renascença. Ao retornar a Portugal, ele ordenou a construção de uma residência caracterizada pela fachada de pico e pelas formas irregulares das portas e janelas.

De acordo com os conhecedores, ela é inspirada no Palácio dos Diamantes em Ferrara. O prédio está localizado na Rua dos Bacalhoeiros 14 e o nome desta rua nos dá uma pista. No século XX, a Casa dos Bicos havia perdido sua função residencial e havia sido convertida em um armazém de bacalhau.

Hoje, é a sede da Fundação José Saramago e abriga uma exposição permanente intitulada "A Semente dos Frutos". O acervo inclui livros, manuscritos originais, fotografias e outros documentos ligados ao escritor ou que a ele pertenceram. O museu está aberto de segunda a sábado das 10:00 às 18:00.

Se você gosta de arqueologia, o andar térreo da Casa dos Bicos abriga uma série de estruturas antigas: parte da parede Fernandina, tanques da era romana para preservação de peixes e os restos da cerca islâmica.

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Desfrute da vista

O ponto de vista das Portas do Sol| ©Vitor Oliveira
O ponto de vista das Portas do Sol| ©Vitor Oliveira

Lisboa é uma cidade de declives, colinas e esplanadas. Nenhuma visita estaria completa sem algumas paradas nos mirantes panorâmicos espalhados por toda a geografia da capital. No distrito de Alfama, os mirantes mais bonitos e famosos são essencialmente dois:

  • Mirador Portas do Sol (Largo Portas do Sol), uma varanda com vista para a Igreja de São Vicente de Fora, a cidade antiga e as águas do Tejo. É possivelmente o melhor mirante da cidade. O famoso bonde 28 passa por aqui, razão pela qual é tão popular entre os turistas. Ainda assim, vale a pena uma visita para apreciar a vista e ouvir os músicos de rua.
  • A uma curta distância você encontrará também o Mirador de Santa Luzia (Largo Santa Luzia). O mirante tem dois andares e é decorado com um dossel de buganvílias, colunas e azulejos. Daqui pode-se ver as igrejas de São Miguel e São Estêvão, a cúpula do Panteão Nacional e o distrito de Alfama. O lugar é freqüentado por pintores e artesãos que vendem seus produtos.

Dica de Mateo

Se você estiver hospedado perto do mirante das Portas do Sol e não se importa de se levantar cedo, recomendo ir ao mirante no início da manhã. É o melhor lugar para ver o nascer do sol.

Saboreie as iguarias lusitanas

Comendo na Cervejaria Ramiro| ©Betty L
Comendo na Cervejaria Ramiro| ©Betty L

Após uma longa caminhada, você precisa recarregar suas baterias e sentar-se para comer. Em Alfama não faltam opções, pois suas ruas estreitas escondem uma série de estabelecimentos que oferecem receitas tradicionais a um preço acessível. Continue lendo e descubra onde vale a pena parar sem gastar um braço e uma perna:

  • Cervejaria Ramiro, um clássico do bairro. Apesar de seu nome, é um dos melhores restaurantes de peixe e frutos do mar da cidade (Avenida Almirante Reis 1).
  • Le Petit Café, um restaurante a meio caminho entre a catedral e o castelo. Seu cardápio oferece uma ampla seleção de peixes. Se você quiser provar sua especialidade, recomendo pedir um prato de polvo (Largo São Martinho).
  • O Beco, um estabelecimento conhecido por seu bacalhau à Brás. Sente-se em suas mesas e aproveite as porções abundantes (Beco do Espírito Santo 9).
  • Almargem, uma taberna simples e barata a um passo da catedral (Travessa do Almargem, 4).

Se você está procurando um restaurante vegetariano, a Princesa do Castelo (Rua do Salvador 64A) serve pratos veganos, vegetarianos e macrobióticos. Outra opção é o Templo da Comida no Beco do Jasmim 18.

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Encontre uma lembrança diferente

Mercado em Campo de Santa Clara| ©Andrea Mann
Mercado em Campo de Santa Clara| ©Andrea Mann

Todas as terças e sábados, o Campo de Santa Clara hospeda a feira da ladra mais típica da cidade : a Feira da Ladra. Como se pode adivinhar, no passado era o lugar onde se vendia mercadoria roubada, enquanto hoje abriga um bom número de vendedores e artesãos locais. Aqui você pode comprar roupas novas e de segunda mão, vinis, livros de segunda mão, cerâmicas, bijuterias, azulejos, máquinas fotográficas antigas e muito mais. Vale a pena passear pelas barracas para pegar uma lembrança original. A Feira da Ladra remonta à Idade Média e é um evento imperdível na capital portuguesa.

Depois de algumas compras, você pode relaxar um pouco no Jardim Botto Machado, uma área verde muito apreciada pelos moradores locais. Aqui você encontrará Clara Clara, um café com um terraço sombreado por uma árvore de hibisco.

Experimente os famosos pastéis de Belém, em Santo António

Pastéis de Belém| ©André Luís
Pastéis de Belém| ©André Luís

A história dos pastéis de nata está ligada à história de Lisboa. Tudo começou em 1820, o ano da Revolução Liberal. Nesse ano, a burguesia, insatisfeita com a situação do país, obrigou o rei a retornar a Portugal e devolver ao Brasil o status de colônia. Nesta situação convulsiva, as ordens religiosas começaram a sofrer muitos fechamentos e os frades do Mosteiro dos Hieronimitas (entre outros) deixaram de receber fundos. Para aliviar a crise, os monges começaram a vender sobremesas à base de gema de ovo fora do lugar sagrado.

Estas sobremesas tiveram tanto sucesso que a receita original foi adquirida em 1837 pela Fábrica de Pasteles de Belém, um dos estabelecimentos mais conhecidos da capital portuguesa.

No entanto, a melhor confeitaria se encontra no bairro de Alfama. A Pastelería Santo António parece ter encontrado a fórmula perfeita para misturar leite, açúcar, baunilha e gemas de ovos. A pastelaria ganhou o concurso para o melhor pastel de nata em Lisboa em 2019, promovido pelo festival gastronômico Peixe em Lisboa.

Dica de Mateo

Os pastéis de Belém são um presente perfeito para a família e amigos. Se você está viajando pelo Natal, também pode voltar para casa com um bolo rainha, o bolo rei de Portugal. Na famosa Confeitaria Nacional você encontrará um vasto sortimento de sobremesas típicas.

Pegue o bonde 28

Bonde 28| ©Vesela Vackavikova
Bonde 28| ©Vesela Vackavikova

Além do passeio gratuito, outra forma de contornar a vizinhança é de bonde 28. Para tomar este meio de transporte, você deve ir à Praça Martim Moniz, uma praça na Baixa. Após deixar a parte plana da cidade, o comboio sobe as ruas íngremes da capital e toca os principais monumentos de Alfama: a catedral, os mirantes e o castelo. A viagem termina na estação de Campo Ourique, no Bairro Alto. Quanto à duração, ela pode variar dependendo da hora do dia e do trânsito. Normalmente, a viagem completa leva cerca de 50 minutos.

Um único bilhete custa cerca de 2,90 euros. Se você planeja levá-lo em mais de uma ocasião, recomendo escolher um bilhete diário, que custa em torno de 6,15 euros. Em qualquer caso, tenha cuidado. Como é freqüentado por turistas, você pode se deparar com carteiristas.

Termine o passeio em uma taberna de fado

Entrada para a Parreirinha em Alfama| ©janblan
Entrada para a Parreirinha em Alfama| ©janblan

Alfama é um dos bairros mais antigos de Lisboa. É aqui que vivem os verdadeiros lisboetas e suas ruelas são o lugar preferido para ouvir o fado. Alguns acreditam que o gênero deriva dos cânticos melancólicos dos muçulmanos após a reconquista cristã, outros acreditam que vem da contaminação com a música brasileira. O certo é que o fado é sinônimo de Portugal e os melhores bares que o oferecem estão em Alfama.

Um deles é Parreirinha de Alfama (Beco do Espírito Santo 1), um estabelecimento que deve sua fortuna à Argentina Santos, uma das cantoras mais talentosas de sua época. Nos anos 50, a artista colocou este bar no mapa graças às suas lendárias apresentações e colaborações com cantores do calibre de Berta Cardoso, Alfredo Marceneiro e Celeste Rodrigues.

Outro bar com uma longa tradição e um bom número de críticas positivas é o Clube de Fado (Rua S. João Praça 86), um local histórico a um passo da Catedral de Lisboa. Para uma experiência ainda mais autêntica você pode optar por A viela do Fado, um lugar minúsculo na Rua dos Remédios 111. Se você quiser comer enquanto curte música ao vivo, recomendo que você leia o Jantar de Fado pós-Fado em Lisboa: as melhores opções.

Cuidado com os pequenos petiscos servidos pelos garçons. Eles não estão incluídos no preço e são cobrados separadamente.

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